sábado, janeiro 06, 2007

Die Qual der Wahl*

A escolha não se apresentou fácil. Sendo a Alemanha um país vasto e algo diversificado, fundamental para se compreender a história do século XX, a decisão de qual a cidade a visitar pendia entre duas urbes: Berlim e Munique.
Berlim é um grande cidade grande. À semelhança da própria Alemanha, uma cidade indispensável para quem quiser seguir os trilhos da História não muito longínqua. Berlim era, até há pouco, a única cidade a ser dividida por um muro e foi também a partir dela que a Europa se alargou e ganhou outra identidade. Berlim é, por isso, o símbolo da Alemanha dividida e reunificada e da própria Europa agora unificada e cada vez mais perto através do alargamento da União Europeia. Berlim tem o peso das grandes cidades cosmopolitas, onde as línguas do mundo se juntam e se fundem, onde as pessoas diferentes se juntam com pessoas diferentes e se tornam todas iguais. Berlim tem néon nas ruas e a aspereza do bulício apressado do mundo. Um dia, Berlim será, talvez, mas por agora Munique foi a eleita.
Uma cidade pequena, capital da Baviera, onde, não obstante o desenvolvimento e alguns traços da globalização, presentes em quase todos os cantos deste mundo desenvolvido, a identidade cultural foi preservada. Em Munique, o mundo assistiu incrédulo ao massacre dos atletas olímpicos há mais de três décadas, em Munique o mundo rejubilou este ano com o futebol. Em Munique encontraremos homens de Lederhose e chapéu, as mulheres cuidadas de trajes típicos, podemos perdermo-nos em frente de um Van Gogh na Neue Pinakothek, piscar o olho a um Kandinsky no Lenbachhaus dar um passeio no Englischer Garten com a pacatez de quem sacode a correria dos dias, simplesmente sentarmo-nos numa esplanada e ver passar os transeuntes de todas as cores do mundo ou pacatamente observar as horas a passar no relógio do Rathaus, no Marienplatz. Munique será então.
* O tormento da escolha (provérbio alemão)